quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Jovens indígenas apresentam em Brasília propostas para melhorar a vida nas comunidades

 Até amanhã (19), 14 jovens indígenas de diversas partes da Amazônia estarão no Congresso Nacional para sugerir a parlamentares emendas ao Projeto de Lei Orçamentária 2011. A partir das 14h de hoje (17), eles vão se encontrar com deputados e senadores dos seus estados para discutir propostas voltadas às comunidades indigenas.

As visitas fazem parte das atividades do Centro Amazônico de Formação Indígena (Cafi), mantido pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) em parceria com a The Nature Conservancy (TNC) Brasil, e busca capacitar politicamente os jovens indígenas.

Enock Barroso, de 20 anos, é aluno do Cafi de Roraima há dois meses. Ele diz que o interesse em frequentar as aulas do Centro surgiu devido à falta de informação e à vontade de conseguir melhorias para a comunidade. “As decisões sempre são tomadas de cima para baixo, nós nunca somos consultados. Mas no Cafi a gente aprende a ter o pensamento voltado não só para o nosso estado, mas a trabalhar em conjunto para gerenciar as terras indígenas, tornar nossas comunidades autônomas e sustentáveis”, acrescenta.

Morador de Amaraji (RR), o jovem é da etnia Taurepang, que, segundo ele, tem cerca de 1,5 mil índios. Uma das propostas de Barroso é a criação de um curso para os jovens aprenderem a cuidar da terra e dos animais. “Quando terminam o ensino médio, os jovens não têm nenhuma perspectiva de vida. Temos o conhecimento que vem da prática, mas precisamos também das técnicas”. As outras propostas são nas áreas de proteção e vigilância das terras indígenas e segurança alimentar.

As aulas sobre o funcionamento do Estado e a elaboração de projetos também motivam Joabe Jokama, que vive na aldeia São João, próxima a Manaus (AM). “Temos que conseguir nossa sobrevivência sem degradar a natureza”, diz. A professora de 28 anos acredita que a construção de uma escola na aldeia seria uma conquista para comunidade. “Nós já temos uma, mas a estrutura física não é boa e o ensino vai só até a 4ª série. Também precisamos capacitar os professores.”

Outro projeto de Joabe é na área da saúde. Ela conta que o transporte até os hospitais é precário. “Nós moramos em casas sobre rios e temos que ir para a cidade de canoa. A minha proposta é de que tenha uma lancha para nos levar”, sugere. A tribo dela tem cerca de 200 pessoas.
Fonte:Portal Amazônia

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