terça-feira, 30 de novembro de 2010

Vereadores questionam armações em vaias e renúncia de Amazonino

A possibilidade de renúncia do prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, após vaias na última sexta-feira (26), repercutiu na manhã de hoje (29), na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Vereadores da base aliada dizem que o caso representa um movimento isolado e apontam uma suposta armação política. Já a oposição vê as vaias como resultado da insatisfação popular e questionam uma “saída estratégica” do executivo, prestes a cassação do mandato de Amazonino.

Para o líder do prefeito na CMM, vereador Isaac Tayah (PTB), qualquer agente político pode passar pela situação sofrida por Amazonino, vaiado em público durante a inauguração do Conjunto Habitacional Cidadão XII, no bairro Santa Etelvina, zona Norte de Manaus. Tayah diz que a manifestação não caracteriza sinal de derrota, mas “faz parte do trabalho de quem quer acertar”. "Ninguém consegue agradar a todos, nem consegue resolver todos os problemas”, declarou.

O vereador Wilker Barreto (PHS), também da base aliada, apresentou um discurso mais ácido, chegando a afirmar que as vaias são um caso isolado e resultado de um trabalho maquinado. Segundo ele, a motivação da hostilidade seria baseada em cunho político. “Não tenha dúvida que essas vaias fazem parte de um projeto sucessório para a Prefeitura na próxima eleição”, afirmou.

Sobre a pesquisa de opinião que, segundo discurso de Amazonino, decidiria pela sua renúncia do Executivo Municipal, Wilker Barreto diz acreditar em múltiplos resultados. “O desempenho do prefeito vai mudar em cada segmento da sociedade”, comentou de forma evasiva. Ele disse ainda que reconhece os desafios da capital em áreas como o transporte coletivo, mas alega ser impossível não perceber avanços.

Oposição

O vereador Marcelo Ramos também comentou o caso e disse as vaias são resultados da difícil situação vivida pela população da capital. “Manifestações assim são fundamentais para mostrar que a realidade de Manaus é diferente da mostrada ao prefeito pelos bajuladores”, declarou. Ele defende que as vaias não pedem a renúncia de Amazonino, mas sim um maior empenho na resolução dos problemas da cidade.

Sobre a defesa da base aliada em afirmar que o caso foi montado pela oposição, Marcelo Ramos alega que ninguém de fora da situação estava presente no evento. “Essas vaias foram maquinadas por quem? Para acusar, eles tem que dizer quem são os culpados”.

O oposicionista questionou a renuncia à Prefeitura, caso o resultado de uma pesquisa de opinião a ser realizada em Manaus aponte o descontentamento da população com a gestão de Amazonino Mendes. Ramos lembrou que o prefeito e o vice, Carlos Souza, podem ter o mandato cassado por denúncias de doação de combustível a eleitores na véspera do primeiro turno das eleições municipais de 2008. Com a cassação e a renúncia, ficariam impossibilitadas novas eleições, cabendo a CMM a escolha do sucessor à frente da Prefeitura. “É preciso que ele [Amazonino] assuma um compromisso público de não renunciar e não usar essa artimanha para tirar da população o direito de escolher o novo prefeito no caso de uma cassação”, disse o vereador.

O vereador Ademar Bandeira (PT) também sinalizou que as vaias devem ser encaradas como o reflexo da má administração de Amazonino. Ele estendeu aos secretários municipais a responsabilidade pelo acontecido. Segundo ele, os titulares sabem das demandas da população, mas não atendem as reivindicações da sociedade.

O descontentamento da população foi apontado pelo vereador Mário Frota (PDT) como o motivo para as vaias feitas a Amazonino. “É impossível que com a situação atual, principalmente do transporte coletivo, ele chegue a algum lugar e receba aplausos”, disse.

Pronunciamento

A Prefeitura de Manaus ainda não tem data para iniciar as pesquisas de satisfação entre a população. Segundo a secretária municipal de Comunicação, Celes Borges, Amazonino não se pronunciou sobre as vaias, a pesquisa ou a repercussão do caso desde a noite de sexta-feira.

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